terça-feira, 3 de janeiro de 2012

MISSÃO DA IGREJA: MISSÃO DE JESUS

Quando lemos o Evangelho segundo João, no início, já constatamos que Jesus, o Verbo, antes de sua encarnação, estava junto de Deus; era Deus (cf. Jo 1,1). Sua vinda não era dado ao acaso. Tinha uma missão: fazer a vontade daquele que o enviou. Eis que vim para fazer a tua vontade (Hb 10,9). E a vontade daquele que o enviou era que nenhum que o visse se perdesse e acreditando nele teria a vida eterna (cf. Jo 6,39-40). O desejo de Deus em Jesus Cristo era aproximar de nós na medida em que nos aproximássemos de Jesus. Aquele que me vê, vê Aquele que me enviou (Jo 12,45); Eu e o Pai somos um (Jo 10,30).
Jesus é o Verbo que, com sua encarnação, nos traz Deus e nos leva a Ele. Analogicamente, podemos dizer que Jesus é a ponte que nos une a Deus e vice e versa. Não que Deus estivesse afastado de nós, mas, o Povo de Deus, devido aos seus erros, o não cumprimento das alianças, foi se afastando dele, até que, com a nova e eterna aliança: entrega amorosa de Jesus, na obediência ao Pai, nos resgatasse definitivamente para Ele. Jesus recupera em nós aquilo que tínhamos perdido, o desejo de e das coisas de Deus.
Ele veio a este mundo como luz, para que todos aqueles que nele crêem, não fiquem nas trevas (Jo 12,46), mas tenham a vida eterna, e sendo Ele luz de Deus nos incentivou a sermos luzes também, pois como tal, modificaria toda realidade de trevas (cf. Mt 5,14-16). E ainda. Sendo Ele o Verbo encarnado nos convida a acolher suas palavras que não são suas, pois não fala por si mesmo, mas são palavras daquele que o enviou. O que fala é mando de Deus (cf. Jo 12,48-49).
Jesus tem fala de formas variadas: nos fala através de seu modo de viver simples, ensinamentos de vida, cuidado com os pobres, amor incondicional na entrega absoluta, confiança no Pai… nos fala no cuidado com o homem todo e todo homem. Vós me chamais de Mestre e Senhor, e dizeis bem, pois eu o sou. Se, pois eu, o Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis, também vós, lavar-vos os pés uns aos outros; pois é um exemplo que vos dei: o que eu fiz por vós, fazei-o vós também (Jo 13,13-15).  Jesus deixa claro o que devemos fazer, e, se praticarmos, seremos felizes (cf. Jo 13,17).
Ele vai para céu. Voltando para o Pai a missão fica conosco, Igreja de Deus. Somos enviados por Ele como o pai o enviou (cf. Jo 20,21). Mas não estamos sós, eis que estou convosco todos os dias, até a consumação dos tempos (Mt 28,20) e nos envia o Paráclito de junto do Pai, o Espírito da verdade, que procede do Pai (cf. Jo15,26). Quando vier o Espírito da verdade, ele vos conduzirá à verdade plena, pois ele não fala de si mesmo,  mas dirá o que ouvir e vos comunicará tudo o que está por vir (Jo 16,13), portando o Espírito dá testemunho de Cristo aos discípulos, e por eles ao mundo (cf. Jo 16,5-15).
Os atos dos apóstolos nos apresentam isso. Até podemos dizer que os seus atos são os atos do Espírito. É a Igreja agindo sob a direçao do Espírito de Deus.
Na Igreja da Antioquia, por exemplo, certo dia, celebrando a liturgia em honra do Senhor, o Espírito Santo age. Paulo e Barnabé são enviados para uma nova missão para anunciar a Palavra de Deus (cf. At 12,24-13,5a). A ida deles não é uma iniciativa isolada, mas de uma comunidade que, obediente à inspiração do Espírito, se organiza e toma a iniciativa de uma evagelização sistemática ao mundo pagão. A missão dos dois “enviados especiais” é sinal, por um lado, da extraordinária vitalidade religiosa da comunidade e, por outro lado, da exata tomada de consciência da destinação universal do evangelho, que o cristianismo primitivo sente como tarefa sua (Missal Cotidiano).
Hoje, a difusão da Boa Nova de Cristo, que é de Deus, conta com todos aqueles(as) que se põem a serviço da Palavra onde quer que estejam. Como Igreja, devemos estar abertos a ação do Espírito de Jesus que nos comunica a vontade do Pai, que é sua vontade, e que a mesma seja conhecida e vivida nas famílias, escolas, meio jovem,… na sociedade toda. Assim, estaremos cumprindo nossa missão: tornar conhecido Jesus que nos revela Deus.


                Pe Luiz Paulo Fagundes, sdn

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